FLIZ não é bicicleta!

Esta semana estourou na internet o fenômeno FLIZ, que muitos estão chamando de bicicleta.

UberGizmo  chegou a chamá-la, educadamente, de um “exemplo de redundância”. Já o Treehugger  viu pontos favoráveis, como ser um protótipo que realmente funciona e, mesmo que não tenha as vantagens da bicicleta, não deixa de ser uma ideia interessante.

Chamar de bicicleta é um equívoco duplo.
Primeiro: porque não é bicicleta.

Dar nomes às coisas é importante, é uma das funções da linguagem. Não se pode chamar de bicicleta o que não é bicicleta. Nem tudo que colocamos na cabeça é chapéu. As atuais “bicicletas” elétricas, por exemplo, não são bicicletas, mas motocicletas elétricas (motor + cicleta), pedelecs ou qualquer outra coisa. As pessoas tem sido criativas ao criar coisas, mas ao nomeá-las… quanta falta de criatividade!

Claro que 80% disto é problema da mídia, que não é feita nem para pensar nem para fazer pensar, e na pressa coloca tudo no mesmo balaio. Sabe como é a mídia e a sociedade do espetáculo: o que importa é mostrar primeiro e chamar a atenção – e hoje em dia, com as geleiras do Ártico todas derretidas pelo efeito estufa e as cidades retidas pelos automóveis, bicicleta virou sinônimo messiânico. Colocar bicicleta numa manchete é sinal certo de audiência 🙂

Segundo, e mais importante: porque os próprios construtores do protótipo claramente colocaram a FLIZ um conceito intermediário entre “correr e andar de bicicleta”.

O projeto é alemão e concorre ao prêmio James Dayson Award. No memorial descritivo, os autores apenas disseram que se inspiraram num antepassado da bicicleta, o modelo do barão von Drais.

Dizem ainda que a FLIZ é uma adaptação do modo mais natural de transporte – a marcha a pé. O nome FLIZ vem do verbo alemão flitzen = andar ou mover-se rápido. A confusão deve ter aumentado porque usaram peças de bicicleta para construir o protótipo:

mais fotos aqui

O sistema de correias ajustáveis dá liberdade e sustentação ao corpo, proporcionando alívio nas articulações. “Graças a estas propriedades pode-se imaginar qualquer uso na área de reabilitação física e exercícios”. E relatam que uma das perguntas que orientou o projeto foi: “Como poderemos dar mobilidade a certas pessoas que, por alguma razão, não podem andar de bicicleta?”

Em nenhum momento disseram que é uma “bicicleta sem selim e pedal”, pelo contrário, dizem explicitamente que não é.

[.]

4 comentários em “FLIZ não é bicicleta!

  1. obrigado + 1 x , Denir!
    e bora andar de bicicleta!
    mas bicicleta BICICLETA, nada de fliz, pedalecs ou outras aberrações que andam surgindo porraí…
    : )
    ……………………….o>’o

  2. Me lembrou os posts de primeiro de abril que alguns sites de informática costumam trazer em sua página princial!

  3. Fantastic goods from you, man. I’ve understand your stuff previous to and you are just too excellent. I actually like what you’ve acquired here, really like what you’re stating and the way in which you say it. You make it enjoyable and you still care for to keep it smart. I can not wait to read much more from you. This is actually a terrific website.

Deixe um comentário